Boa noite Caros amigos!
Como prometido cá estou,
trazendo o resumo da obra sobre as origens etno e linguísticas de Moçambique.
Bom, a obra que li não é
completa, porem deu-me um impulso, pra pesquisar mais, e portanto tive que recorrer a outras fontes
pra obter o que tenho aqui pra vocês.
Actualmente o território que
chamamos de Moçambique é habitado maioritariamente por povos de origem Bantu,
porem já foi habitado por outros povos; os Khoisan ou (Hotentotes), esses são,
digamos “os nativos” de Moçambique, e não só, como também alguns países
vizinhos aqui da região austral de África (África Subsahariana ou melhor a
África situada abaixo do deserto do Sahara).
A
história de Moçambique encontra-se documentada (escrita) pelo menos a partir do
século X (século 10), quando um estudioso viajante árabe, Al-Masudi descreveu
uma importante actividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico
e os "Zanj" (os negros) da "Bilad as Sofala", que incluía
grande parte da costa norte e centro do actual Moçambique.
No
entanto, vários achados arqueológicos permitem caracterizar a
"pré-história" de Moçambique por muitos séculos antes.
Com base no que li, a historia
de Moçambique no geral divide-se em três fases:
1- Pré
historia; perido pré-colonial
2- Período
Coolonial
3- Perido
Pos Colonial (actualmente).
~
Tratando-se de origens étnicas e
linguísticas de Moçambique importa-nos principalmente a pré historia ou perido
pré colonial que fraccionarei (eu) em algumas fases.
1- Antes
dos Bantu.
Não há nada escrito que nos
possa situar com franqueza sobre os eventos que se passaram em Moçambique
durante este período, mas com base em alguns achados arqueológicos podemos
traçar um perfil dos povos que aqui habitavam. Os Khoisan já aqui estavam antes
de Cristo (antes do ano zero), tinham uma vida simples, não conheciam a
agricultura nem a metalurgia, eram caçadores e recolectores.
Maior parte dos achados
arqueológicos encontram-se na zona conhecida como bacia do Zambeze, acima do
rio save (vide mapa de moçambique), isto permite dizer com segurança que eles
habitavam o banco de sofala que compreende as províncias de Sofala, Zambézia e
Nampula, é uma zona de planícies, e savana geralmente; que na época albergava
uma grande variedade de animais desde antílopes a roedores, de onde provinha o
sustento dos Khoisan. o seu estilo de vida (caçadores e recolectores) fazia com
que fossem extremamente dependentes do
meio ambiente, e este era generoso pois provia tudo que eles precisavam.
Tratando-se de sociedade de caçadores acredita-se que as sociedades Khoisan
eram patrilineares.
2
2 - A
Chegada dos Bantu.
Os bantu, provenientes da África
Central e Região dos Grandes lagos, entraram por Moçambique por duas vias. A
primeira via actual provincia de Niassa, e a segunda através da fronteira com o
Zimbabwe. Chegando a moçambique, encontraram os Khoisan já
habitavam a regiao há bastante tempo.
a) Quem são
os bantu?
É importante notar que o grupo
conhecido por Bantu, não é uma raça, não é uma tribo. É sim, um conjunto de
povos que fazem parte do mesmo grupo linguístico. O termo foi introduzido por
um cientista no século dezanove. No que concerne a raça são da raça Negróide.
Portanto não é correcto relacionar os Bantu a algum tipo ou subtipo de “povo”
quanto a fisionomia, porém, geneticistas e antropologos importantes, são
relutantes em apresentar alguns pontos que vale a pena considerar ao se tratar
dos Bantu em comparação aos Khoisan ou Hotentotes. Segundo eles são dois grupos
genéticos diferentes; os hotentotes são de estatura baixa, tem pele mais clara,
olhos levemente puxados (como dos asiáticos) etc. Ainda hoje existem pequenas
comunidades de Khoisan a habitar algumas zonas da África austral, há
comunidades na África do sul, Namibia Angola e Botswana.
Fui ao Wikipédia pra ver tais
diferenças e me ***surpreendi*** que eles citam Nelson Mandela como um exemplo
de “povo” Khoisan comprovado por analises de DNA mitocndrial vejam aqui esta em
ingleses (http://www.news24.com/Columnists/MaxduPreez/Are-we-all-coloured-20110309
), isso com base nas caracteristicas genéticas ok? porque linguisticamente acredito
(salvo me da ignorância se falhar?) que ele era Zulo, e os Zulu são Bantus
tambem. Quem já viu o filme “The Gods Must Be Crazy” ou em português os Deuses
devem estar loucos, tem um bom exemplo da fisionomia e do estilo de vida dos
Khoisan sigam este link (http://pt.wikipedia.org/wiki/Khoisan
) pra acessar a pagina no Wikipédia sobre os Khoisan.
Bantu
portanto, foi a designação adoptada para designar o grupo de línguas e idiomas
afins e, posteriormente, generalizou-se ao grupo étnico equivalente. Foi criada
por Bleck, filólogo alemão, no século XIX. Este notou que a palavra que exprime
“pessoa” é praticamente a mesma em cerca de 300 idiomas sul-africanos, os quais
utilizam o vocábulo “ntu ou tu” para designar pessoa. Do singular: mu-ntu
(pessoa), plural: ba-ntu, com significado de gente ou povo, não existindo nesse
caso uma raça Bantu (Machado, 1968, p.88; Serra, 2000, p.11). (Cito)
Voltando… Acredita-se que a
interacao entre os bantu e Khoisan não tenha sido harmonica, e portanto, estes
últimos foram obrigados apos sucessivas batalhas a se afastar das areas ferteis
de moçambique que compreende acima do rio save até a Bacia do Rovuma. Foi nesta
Zona onde se fixaram aos primeiros assentamentos bantu, pois era propicia a
agricultura (actividade que estes já conheciam e trouxeram para ca), e a
mineração de ferro (e possivelmente cobre). Na area da metalurigia, faziam
enxadas, machados, catanas etc. a olaria e a tecelagem também faziam parte das
suas actividades. Há achados arqueologicos que comprovam isso. Diz-se também
que os Bantu devem ter-se miscigenado com os nativos Khoisan.
Os Khoisan foram forçosamente,
afastados mais para sul de Moçambique, zona menos fertil. No sul terão
interagido com um outro povo proveniente da zona que agora fica província Sul
africana de Kwazulo Natal, o povo Ngoni. Que deve digamos “ter dominado” e
introduzido seus costumes, como a pecuaria. E seguindo a regra dos Khoisan
podemos observar que a região sul tem uma estrutura social patrilinear,
diferente a do norte matrilinear.
b)
Os Macuas
Os Macuas são descritos como um
dos grupos etnolinguísticos mais antigo de Moçambique, acredita-se que foram os
primeiros “bantu” a ocupar o então em Moçambique dos Khoisan.
O povo Macua de que se fala no
tal livro localiza-se ao norte do território moçambicano e engloba partes das
províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia. Tem como limites, a norte
os Macondes, os Ayaos e os Anyanja; a sul, os Senas e os Chuabos e, a este, os
grupos islamizados da costa. As fontes referem que devido a migrações existem
Macuas, embora em número mais reduzido do que em Moçambique, na Tanzânia e no
Malawi e ainda em Madagáscar, nas ilhas Seycheles e nas Maurícias, devido ao
comércio de escravos nos séculos XVIIIXIX. O grupo étnico Macua é considerado o
mais representativo da província de Nampula, região conhecida tradicionalmente
por “macuana”.
[O termo macua tem suscitado
diversas interpretações. Segundo Machado (1968) “o termo prove da palavra
nikuwa (pl. Macua). Significando grande extensão de terra pantanosa, deserto,
sertão, selva” (p.108). Refere o mesmo autor que o Macua seria então o Homem do
sertão, o bárbaro, o primitivo. Esta origem etimológica do termo conduziu a uma
acepção pejorativa, até mesmo injuriosa ou ofensiva, chegando a levantar
afrontas com os Macuas mais evoluídos do litoral, que passaram a usar como
insulto com o significado de rude, selvagem, atrasado. Resumindo, o Macua é um
Homem que anda de tanga, vive no mato e alimenta-se de ratos e caracóis.
Portanto, por makhuwani se designa o interior onde habitam os Macuas. Por isso
“macuana”, expressão que apresentamos anteriormente, designa apenas o nome com
o qual se baptizou a Capitania-mor de Nampula e não o grupo étnico Macua.
Assim, tanto o termo Macua como Lomué, significam povos que vivem mais
adentrados no sertão e, por isso ganharam rapidamente um significado pejorativo
de atraso cultural entre os povos do litoral.]
b)
1. Origem dos Macuas
O povo Macua tem como berço da
sua origem as serranias Morrumbala, Namuli, localizadas na província da
Zambézia. Se por um lado os estudos explicam a origem da etnia Macua no Namuli como
resultado de uma paragem migratória das hordas iniciais do povo Bantu, devido
às condições favoráveis do clima, por outro, não deixam de demonstrar explicações
mitológicas e/ou visões cosmogónicas que o próprio povo Macua tem sobre a sua
origem. Martínez, 2008) afirmam que todos os povos Macua-Lomué se dizem oriundos
do Namuli (maior monte da zambezia, situado no distrito de Gurué), de tal forma
que esta tradição está profundamente arraigada nas diversas linhagens que
compõem a etnia. Machado (1968) refere ter encontrado esta tradição de origem
em todos os Macuas que interrogou sobre as suas origens, mesmo em afirmações
vagamente fundamentadas. Como também refere da existência de lendas do povo
Macua que dizem haver uma montanha onde Deus fez surgir os primeiros Homens,
uma rocha onde ficaram marcadas as pegadas das gentes e bichos, que as cruzaram
por ordem divina, e que dali se espalharam para povoar o sertão. Por esta
razão, os Macuas conservam linhagens familiares ou clãs de que guardam na memória,
transmitida de geração em geração, pois a origem do fundador da família, do
chefe do clã, é sempre localizada numa das serranias longínquas da Zambézia.
Martínez (2008) também faz
menção a lendas e tradições traduzidas em canções que dizem respeito à origem
do povo Macua e do Homem no geral: “As tradições que nos transmitem tais mitos são
unânimes em indicar o monte Namuli como o lugar originário primordial (...) os
primeiros Homens depois de serem criados por Deus nas grutas mais altas da serra,
organizaram uma viagem até à planície, descendo por vários caminhos”
(pp.40-43).
O orgulho etnico de alguns
impede que se faça uma classificacao clara e aceite pelos grupos visados, porem
segundo o que li, fazem parte do tronco macua, grande parte das linguas faladas
na zambezia. Temos entao os macuas do interior de nampula, os macuas do litoral
que sofreram uma forte influencia isalamica e o subgrupo da zambézia os lomwes
e os chuabo, estes ultimos acredita-se que linguisticamente sejam dialectos do
macua. O chuabo, seria entao uma variante do macua com algumas insercoes senas,
(passivel de debate e estudos mais aprofundados, farei questao de ler mais
sobre isto).
O nome Chuabo designa o povo do
litoral zambeziano entre Pebane e a foz do grande rio. O fundo populacional da
região é de estrato lomwé e a mitologia local considera os Chuabos oriundo do
monte limeme em Tacuane. A maioria dos autores que escreveram sobre este povo,
dizem nos originários dos Maráveis, por conseguintes aos Nyanjas e aos Chewas
de Tete e de Niassa. Mas, mais correcta parece ser a tese que considera os
Chuabos uma etnia mais recente resultante da miscigenação dos povos que percorreram
o vale de Zambeze devido as guerras e ao comércio (eis a confirmação).
Se entendermos os restantes da
população da Província da Zambézia, o fundo populacional conhecia uma filiação
matrilinear. É através do estudo da economia política do país. Chuabo que das
terras compreenderemos as transformações actual do sistema patrilinear.
Todo chuabo se considera
descendente de um antepassado remoto, todos indivíduos com este antepassado
formavam antigamente um clã e consideravam parentes. Segundo a velha tradição
lomwe, o clã tinha por formadura uma matriarca: a descendência fazia-se por uma
via uterinal, por isso o clã era matrilinear, os membros do mesmo clã não podia
casas entre si.
Modernamente os clãs deixaram de
ter a sua importância de outrora e regista-se uma forte tendência paternal com
a constituição das matrilinear “anamudhi”.
A pessoa mais importante da
antiga família matrilinear eram irmão mais velho da mãe, mas hoje é o tube ou
seja, o avo paterno chefe da mudila (famílias alargadas patrilineares)
No passado os jovens tinham
grande respeito pelo tio, o procuravam mais vezes a sua casa do que a casa da
mãe. Era o tio paterno que detinha nas suas mãos, as rédeas do governo e quem
resolvia todas as questões familiares. As relações de parentesco entre o tio e
sobrinho e reciprocamente atentam hoje antiga instituição do avunalato, apesar
da patrilinearidade se instituir cada vez mais, obrigando-o a largar consultas
das contra partes na busca de solução para os litígios que envolvem os
sobrinhos e outros parentes.
Antigamente não existia
propriamente uma compensação matrimoniar mais só oferendas feitas pelo noivo à
família da noiva. Mais pouco a pouco com a restruturação da família alargada
chuabo, em situação colonial, a própria virgindade da rapariga passou a ser
apreciada. Por causa da compensação matrilinear, chamada péthe (lobolo), a
viúva devia casar prioritariamente com um varão da família uterinal do marido.
Em causa de recusa tinha que devolver o péthe. E quando uma mulher se divorciava,
deixava com o ex-marido os filhos mais velhos.
C)
Os senas (Cisena ou Chisena)
Este povo habita a regiao centro
de Mocambique, masi concretamente as provincias de sofala e Manica e Tete. São povos
bantu, que habitavam principalmente a bacia do sofala, e realizavam trocas
comerciais atraves do porto de sofala, assim como a mineracao.
Fazem parte ainda do grupo linguistico
sena os Nyungues (na provincia de Tete).
Os senas descendem de um grupo de [indigenas?] mais conhecidos por
ba-sengas oriundo dos mucaranjas, que desceram do norte para o vale do Zambeze,
onde se fixaram. MARQUES (1960:13). Provavelmente tenham sido os macuas, pois o
norte era habitado pelos macuas, ou possivelmente os marave oriundos de Niassa (cogitações
minhas, com algum fundamento...).
De uma maneira geral não são bons agricultores, mais são bons na pesca e na
caça o que fazem com prazer e entusiasmos, também nos artífices, com verdadeiro
talento madeira-torneiros e os metais preciosos-ouriveis. E pacifico sendo
pouco dando a crime de morte violenta. Intuição do comercio pelo desloca
através do canais interior dos rios (MARQUES 1960:14)
Os "Nyungwe" uma outra ramificacao dos Senas. Nyungwe como nome
próprio refere a cidade de Tete, na província de Tete, Moçambique. Assim, a
língua Cinyungwe é a língua falada em Tete. E o grupo étnico chama-se
"Manyungwe"
Segundo David Livingstone chegou pela primeira vez em Tete em 1856 (Vi isso
no canal de Televisao www.odisseia.pt ano
passado, tanto que o tumulo de David Livingstone encontra-se na Zambezia Chinde
se a memória não me trair, onde tera perecido de malária, so pra terminar foi
David Livingstone que Descobriu as cataratas de Victoria no rio zambeze, na
Zambia tem uma Cidade com Nome dele). No capítulo 31 do seu livro
"Missionary Travels and Researches in South Africa," ele menciona
muitos nomes de pessoas, localidades, plantas medicinais na língua local.
Em tempos modernos, os elementos da Língua Nyungwe de Manuel dos Anjos
Martins há sido de grande importância. Publicado em 1991, o
dicionário/gramática é a fonte mais extensiva de vocabulário que existe. Em
1997, a Sociedade Internacional de Linguística Moçambique (SILM), iniciou
vários projectos de desenvolvimento da língua Cinyungwe, inclusive livros de
alfabetização, e compilações de contos tradicionais.
alguns documentos oficiaias reconhecem a existencia de mais de 25 linguas nacionais, mas como pude constatar nem sempre um grupo que se diz isolado ou ter uma lingua diferente da outra é necessariamente uma etnia. ha exemplos la acima da etnia macua que alberga em si os Chuabos, lomwes, portanto quando tiver terminado este resumo, provavelmente deixarei de lado alguns supostos grupos linguisticos (que podem ser dialectos) e nao, serem portanto uma etnia diferente.
Bom por hoje é tudo....
Esta a me faltar os povos do sul, e alguns do norte como Macondes e Jauas…. Mas vou atras…
Obrigado a quem achar isto
Ultil.
Façam sugestões, e criticas mas
lembrem-se que isto não é uma obra cientifica é apenas um conjunto de anotações
que fiz durante a minha leitura desta semana, então não me venham a exigir
normas e rigor cientifico de citação etcs etcs, essas coisas de rigor que deixei la na
faculdade. E quanto as citacoes que estão la acima, eu não tenho aqueles
livros, são citacoes que aparecem nos artigos que li. Insisto; Isto não é uma
dissertação, ou monografia!
E… perdão pelos erros ortogarficos,
algumas partes escrevi mesmo do telemóvel, e o meu word do pc esta sem
corrector ortogarfico.
Boa Noite.
Boa iniciativa, e sempre bom actualizar os conhecimentos sempre que poder farei questão de revisitar o blog...
ResponderEliminarObrigado Renato, eu gosto de aprender e ensinar. sempre que tiver algo novo pra partilhar disponilbilizrei aqui. este espaço eh pra todos os meus amigos, podem tambem me consultar o que voces gosariam de sabes, sem limites, gosgto de desaafios.
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